O Processo Seletivo Especial 2018 (PSE) da UFPA, que teve as inscrições encerradas em 2017, é destinado a ofertar duas vagas em todos os cursos de graduação da universidade para indígenas e quilombolas.
Os candidatos inscritos já passaram pela fase da prova escrita, na qual tiveram que desenvolver uma redação e, agora, estão na fase das entrevistas, onde é realizada a análise do Histórico Escolar do Ensino Médio ou declaração de conclusão do Ensino Médio, devidamente acompanhada do Boletim com as notas em cada disciplina e da Declaração de Pertencimento.
Os alunos que escolheram o Campus de Castanhal como local de realização das provas, estão sendo entrevistados nesta quinta e sexta, 22 e 23 de fevereiro.
“Os objetivos são conhecer melhor o candidato e constatar a realidade, o desenvolvimento, a dificuldade e a relação com a comunidade de pertencimento”, pontuou o professor Assunção Amaral, membro da banca avaliadora, ao citar os itens que são observados durante a entrevista e que vão para além dos documentos.
A professora Dalva Santos, que também compõe a banca avaliadora, destaca o papel dessas vagas, direcionadas a candidatos pertencentes a populações tradicionais.
“Compreendendo que o nosso país já ultrapassa 500 anos de história, acredito que estamos pagando uma dívida social importante. Finalmente as universidades se abrem para essas populações. Isso não é uma dádiva, é um direito conquistado. Eu espero que se amplie ainda mais esse tipo de vaga para quilombolas e indígenas”.
A importância dessa seleção também foi destacada na fala do professor Otacílio Amaral Filho, que está em Castanhal, representando a Comissão Permanente de Processos Seletivos (COPERPS).
“Este PSE é direcionado para as populações vulneráveis, então ele tem uma importância social muito grande. Que bom que podemos atender a essas comunidades indígenas e quilombolas, que têm mais risco social, risco econômico, vulnerabilidade de modo geral, com um processo diferenciado”.
Outra componente da banca que entrevista os candidatos é a professora Débora Alfaia, integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa em Interculturalidade e Educação (GEPIntE), que discute questões raciais e étnicas, pensando na pluralidade da universidade.
“É a primeira vez que participo desse processo de entrada de quilombolas e indígenas. E ele é muito importante para garantir a universidade pública, que possa atender às diversidades da Região Amazônica, porque, muitas vezes, a universidade traz o perfil urbano e a UFPA tem que espelhar o que é o Pará. Grande parte da população paraense não está no centro da cidade, ela está ajudando o crescimento desse Estado na zona rural. São populações tradicionais e a universidade precisa garantir essa pluralidade de convivência e de saberes”, destacou Débora Alfaia.
A fase de entrevistas do PSE destinado a candidatos indígenas e quilombolas, por muitos anos, foi realizada apenas no Campus de Belém, mas como neste processo o número de candidatos inscritos para outros campi foi bastante expressivo, os alunos puderam escolher entre as cidades de Abaetetuba, Altamira, Belém, Cametá, Castanhal e Soure, para realizarem a prova de Redação e a entrevista.
O resultado dessa etapa será divulgado no site do Centro de Processos Seletivos, no endereço www.ceps.ufpa.br.
Os candidatos não classificados, que desejarem entrar com recurso, terão prazo de 48h após a divulgação do resultado.
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Texto: Paula Lopes – Ascom UFPA/Castanhal