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Técnico do Campus de Castanhal fica em primeiro lugar na categoria contos do Prêmio Sindtifes de Literatura

Anselmo de Sousa Gomes é graduado em Letras – Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pará / Campus de Castanhal e é especializado em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira pela Universidade Cândido Mendes. Atualmente, é servidor no Instituto de Medicina Veterinária do Campus da UFPA em Castanhal.

Anselmo foi premiado em 1º lugar no Prêmio Sindtifes de Literatura, na categoria “Contos”, com a obra “Monstruosa Violência de Sombras”.

A Assessoria de Comunicação conversou com o escritor para saber um pouco mais sobre a sua história.

ASCOM: Anselmo, explique de onde surgiu a paixão pela literatura?

Sempre gostei muito de ler, de narrativas. Quando criança, li muito quadrinho, e depois descobri os livros. Ainda criança, passei a escrever minhas próprias historinhas de quadrinho e contos de terror, muitas vezes colocando meus amigos e eu mesmo como personagens. Mas, literatura mesmo só passei a apreciar aos 19 anos, quando comecei a ler poemas de Fernando Pessoa e livros do Dostoievski. Só então pude compreender que a literatura podia ser muito mais que simplesmente contar histórias.

ASCOM: Quais foram seus primeiros contos ou suas primeiras obras escritas?

Meu primeiro conto foi “A Promessa”, o qual escrevi com 20 anos. Era uma história de amor impossível, ainda cheia de vícios de iniciante e que acabei por enviar a um concurso da UFPA (XII Contistas da Amazônia), em 2001, onde fui selecionado para publicação. O fato de ser selecionado em um concurso literário com a minha primeira obra em prosa escrita me serviu como incentivo para continuar escrevendo.

ASCOM: Explique um pouco do que se trata sua obra “Monstruosa Violência de Sombras”.

É uma história que eu já tinha pensado em contar há alguns anos. Trata de uma mototaxista que também é mãe e que, no Feriado do Sete de Setembro, passa por uma experiência intensa e simbólica. Tento, nesse conto, refletir um pouco sobre a condição feminina em nossa sociedade, e sobre essa “sombra” violenta e opressiva muitas vezes representada pelo masculino, mesmo que indiretamente.

ASCOM: Você já ganhou outros prêmios de Literatura?

Depois do meu primeiro prêmio literário, que foi a seleção para publicação no XII Contistas da Amazônia da UFPA, já fui premiado diversas vezes em outros concursos, inclusive com a publicação de dois livros.

ASCOM: Com a submissão da sua obra feita no Prêmio Sindtifes, você esperava ganhar na categoria “Contos”? Conte como foi sua experiência.

Na verdade, eu não tinha ideia se ganharia ou não. O prêmio abrangia todos os servidores técnico-administrativos das instituições alcançadas pelo sindicato, o que é um universo em se considerando o tamanho do nosso Estado. Dessa forma, não sabia com quem estava concorrendo e nem a capacidade de escrita dos outros concorrentes. Portanto, foi uma felicidade quando soube que era o vencedor, ainda mais com uma obra intensa e visceral com a que escrevi.

ASCOM: No prêmio Sindtifes, você também teve sua obra “Na borda do assombro” aceita como poesia selecionada para publicação, conte um pouco sobre ela.

É um poema que eu havia escrito há algum tempo. Como boa parte dos poemas que escrevo, este tenta se relacionar com o leitor através de imagens. É um poema visual, e ao mesmo tempo onírico. Tem um pouco de solidão e incerteza nele também.

ASCOM: Você já trabalha em próximas obras de literatura? Se sim, pretende submetê-las para próximos concursos?

No momento, estou recolhendo material de pesquisa para um livro sobre entidades, traçando um paralelo com a história política do Brasil, e sobre a contemporaneidade. Pretendo tratar temas como horror, idealização do feminino, futilidade. Serão três histórias distintas, sem ligação entre si. O único ponto em comum são as entidades do folclore brasileiro. Talvez eu submeta a algum prêmio literário, no dia em que concluir. Ainda não tenho certeza.

ASCOM: Como você pretende aplicar o prêmio em dinheiro recebido no concurso?

Vou adequar um espacinho em casa, pra acomodar melhor meus livros, que andam precisando de organização.

ASCOM: Na sua opinião, qual a importância de a Universidade e o Sindicato dos Trabalhadores apoiarem a Literatura produzida por servidores?

Acho excepcional essa iniciativa, pois há, como eu disse antes, um universo gigantesco de servidores que, além do trabalho dedicado à Universidade, também são seres sensíveis e que produzem arte. O fato de a UFPA e o SINDTIFES serem atentos a isso é magnífico e serve como motivador e objeto de destaque da capacidade artística desses servidores.

ASCOM: Faça as suas considerações finais, deixe seus agradecimentos.

Gostaria de agradecer ao SINDTIFES pelo prêmio e pela iniciativa do concurso literário e dizer que, a quem interessar conhecer mais do meu trabalho, mantenho o blog https://tardescausticas.wordpress.com/ (o qual precisa urgentemente ser atualizado), e tenho três livros publicados, os quais ainda estão disponíveis para aquisição, a quem se interessar: Salomão pela Janela (infantojuvenil, publicado através do Prêmio Infantojuvenil Heliana Barriga, do extinto Instituto de Artes do Pará, em 2014), Anticorpo (poemas, publicado pela Penalux, em 2017), e Era Espalhafatoso Amar Naquele Tempo (contos, publicado através do Edital de Prêmios Literários da Fundação Cultural do Pará, em 2018).

Para saber mais sobre o Prêmio Sindtifes de Literatura e conhecer os vencedores nas outras categorias – crônicas e poesias -, clique aqui.