O mês de janeiro inicia com a campanha Janeiro Branco, que tem a proposta de voltar os olhares do mundo para o que se passa na cabeça de cada um de nós. O objetivo da campanha é chamar a atenção da humanidade para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas e das instituições humanas. A iniciativa também visa desmistificar os muitos tabus que envolvem o tema.
A razão pela qual o mês de janeiro é o escolhido para a realização da campanha se deve ao fato de, no primeiro mês do ano, em termos simbólicos e culturais, as pessoas estarem mais propensas a pensarem em suas vidas, em suas relações sociais, em suas condições de existência, em suas emoções e em seus sentidos existenciais. É como se “em uma folha ou em uma tela em branco”, todas as pessoas possam ser inspiradas a escreverem ou a reescreverem as suas próprias histórias de vida.
“O início de um novo ciclo normalmente nos lembra da possibilidade de mudança de hábitos e comportamentos, isso pode acontecer em qualquer época de nossas vidas, mas os períodos que marcam fechamento e reinício tendem a ter esse impacto mais demarcado. Iniciamos um novo ano, cheios de esperanças mas ainda carregados de lembranças de um problema que ainda persiste. O Janeiro Branco terá um significado especial neste sentido, pois vem ao encontro da necessidade de nos voltarmos para dentro de nós, ouvirmos os nossos ruídos que sinalizam quando não estamos bem e efetivamente poder buscar ajuda quando necessário”, comenta a professora Patrícia do Espírito Santo, coordenadora do Plantão Psicológico da Superintendência de Assistência Estudantil da UFPA (Saest).
Para a professora Aline Beckmann, coordenadora do Projeto Roda Vida, uma iniciativa do Laboratório de Soluções Educacionais da Faculdade de Psicologia, falar sobre os problemas de saúde mental ainda é difícil, visto que é um tema envolvido por muitos tabus que precisam ser superados.
“Infelizmente o senso comum tende a tratar a saúde mental como algo menor ou como fraqueza pessoal, falta de fé e outros estereótipos negativos que fazem com que muitas pessoas que estão em sofrimento não tenham coragem de admitir o que sentem e nem de pedir ajuda. A campanha permite trazer à tona que a saúde mental é tema importante para todos os indivíduos e merece nossa atenção e nosso cuidado todos os dias”, pontua a docente.
Ações de cuidado com a saúde mental – Na Universidade Federal do Pará, são muitas as ações realizadas com o intuito de apoiar as pessoas que necessitam de ajuda em questões referentes à saúde mental. Iniciativas como o Projeto Acolher, como as cartilhas de orientação e rodas de conversa on-line promovidas pelo Projeto Roda Vida e Saest, o Projeto de Assistência Estudantil e Assessoramento Pedagógico (Pases) no Campus Altamira, como o Projeto de Atenção Psicossocial da Faculdade de Enfermagem, além das mais diversas ações para saúde emocional dos estudantes durante o período do Ensino Remoto Emergencial (ERE), são algumas das ações qu tem sido realizadas em prol do cuidado com a saúde mental daqueles que fazem parte da comunidade acadêmica e seu entorno.
“É fundamental abordar essa temática no ambiente acadêmico. Ao redor do mundo, o contexto universitário tem sido identificado como lócus privilegiado de adoecimento mental. A população que compõe a comunidade acadêmica em geral está lidando com fases de transição na vida pessoal e familiar e precisa conciliar isso com altas demandas de produtividade e espaços muito competitivos. Quando esses elementos são somados a outras questões adoecedoras da sociedade, como racismo, LGBTfobia e violência de gênero, há um agravamento ainda maior desse cenário. Contudo, podemos ter espaços universitários mais saudáveis e discutir sobre o tema é um primeiro passo para se alcançar esse objetivo”, afirma a professora Aline Beckmann.
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Para conhecer a Campanha Janeiro Branco, acesse janeirobranco.com.br.
Texto: Adams Mercês – Assessoria de Comunicação da UFPA
Arte: Mkt Ascom