No mês em que se comemora, no Brasil, o Dia da Consciência Negra, a Câmara Municipal de Belém recebeu, no dia 11, uma sessão especial, intitulada “Vozes Negras Mudam o Mundo”, proposta pela vereadora Lívia Duarte. O evento contou com a presença de organizações, coletivos e ativistas do movimento negro para celebrar e dialogar sobre as necessidades de mais políticas públicas e igualdade racial.
Na ocasião, a parlamentar homenageou várias personalidades do movimento negro, dentre elas, a professora Dra. Dalva dos Santos, da Faculdade de Educação Física da UFPA/Castanhal, que também atua no Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará, uma entidade não-governamental, que existe há 42 anos e que teve como uma de suas fundadoras a professora emérita da UFPA, Dra. Zélia Amador, docente reconhecida internacionalmente.
A professora Dalva Santos destacou a importância da pauta debatida na sessão pública. “Existe uma necessidade e uma urgência de falarmos sobre a luta antirracista, pois o preconceito tem excluído a população negra de muitos direitos, como o acesso ao trabalho e à educação”, pontuou a docente, que também falou sobre a homenagem recebida.
“Estar entre as pessoas que foram homenageadas, me leva a compreender a importância de estar nessa luta e de continuar nela, compreendendo o meu papel enquanto cidadã, enquanto mulher negra que já passou por muitas situações de discriminação e que hoje está na condição de professora de uma Universidade pública, que prima pela formação das pessoas. Então, me sinto estimulada a potencializar o meu trabalho na direção do combate ao racismo”, concluiu.
O objetivo das homenagens realizadas era fazer um registro de pessoas que têm, historicamente, dedicado suas vidas a lutar contra as diversas formas de preconceito contra a população negra e, de acordo com a vereadora Lívia Duarte, a professora Dalva dos Santos faz parte dessa galeria de ativistas.
“Ela é uma grande referência, não digo só dentro da Universidade, falo no geral. Ela me representa e representa a luta do movimento negro. Dalva é daquelas pessoas que olhamos com admiração e carinho por tudo que já construiu e que continua se propondo a construir”, ponderou a vereadora, que mencionou, ainda, o papel do movimento negro na construção de uma sociedade mais igualitária. “O movimento negro surge nesse propósito, pela luta de muitos e muitas que acreditam na urgência da transformação de uma sociedade que se firmou a partir de pilares de exclusão e racismo”, concluiu a parlamentar.
Texto: Paula Lopes – Assessoria de Comunicação UFPA/Castanhal, com informações da Câmara Municipal de Belém
Foto: Joyce Ferreira