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Grupo de Estudos da Faculdade de Educação Física pesquisa sobre as contribuições da caminhada nórdica para pacientes com doença de Parkinson

Você já ouviu falar em caminhada nórdica? Trata-se de um esporte parecido com o esqui, mas sem os esquis. Os praticantes usam apenas bastões especificamente projetados. A modalidade surgiu na Finlândia, quando, para não deixarem de treinar nos meses mais quentes do ano, os esquiadores passaram a utilizar seus bastões para fazer trilhas nas montanhas.

Ao conhecer a caminhada nórdica por meio de seu orientador na época em que cursava o mestrado em Ciências do Movimento Humano, no ano de 2012, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a professora Elren Passos Monteiro, da Faculdade de Educação Física da UFPA/Castanhal, teve a ideia de investigar os benefícios do esporte para pessoas com Doença de Parkinson.

A professora passou a acompanhar 33 pessoas com mais de 50 anos e que tinham o diagnóstico de Doença de Parkinson. Dessas, 17 foram submetidas a um programa de caminhada tradicional e 16, ao programa de caminhada nórdica. Após os testes iniciais, os participantes foram acompanhados por nove semanas. As três primeiras foram reservadas para a familiarização dos voluntários, com a aplicação de técnicas de correção da marcha, fortalecimento do abdômen, coordenação motora, postura e equilíbrio, e, para o grupo da caminhada nórdica, foi introduzida a técnica da utilização dos bastões.

As seis semanas seguintes foram dedicadas aos programas de caminhada. Com dois treinos por semana, os participantes foram divididos em turmas de até seis pessoas e submetidos a exercícios individualizados, cada aluno com um monitor que passava um treino personalizado, de acordo com as condições físicas do voluntário. As atividades tiveram a duração inicial de 35 minutos diários e aumentaram aos poucos, totalizando 50 minutos nos últimos encontros.

Entre os fatores avaliados, estão os sintomas motores, o equilíbrio corporal, a mobilidade funcional, a velocidade da caminhada, a função cognitiva, os sintomas depressivos e a qualidade de vida. De modo geral, foram observadas melhoras nos dois grupos. A caminhada nórdica, entretanto, mostrou-se mais eficaz para quase todos os parâmetros avaliados. A velocidade de marcha foi maior para esse grupo, assim como o equilíbrio, o controle motor e a mobilidade funcional, apresentando um menor risco de quedas quando comparada à caminhada tradicional. A avaliação cognitiva e os valores da Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson também tiveram melhores resultados após o uso dos bastões. Outro dado que chama a atenção é a redução dos episódios de freezing – um dos sintomas observados em casos mais avançados da doença, que consiste no “congelamento” da caminhada, na inabilidade de se mover temporariamente. Os bastões são capazes de reverter instantaneamente o fenômeno.

A pesquisa da professora Elren Passos foi continuada durante o doutoramento pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Porto Alegre e, agora, será aplicada no Campus da UFPA em Castanhal para pacientes com Parkinson, a partir dos 45 anos e idosos, a partir dos 60 anos, que não apresentem a doença e que não estejam praticando atividade física.

“O projeto resgata não apenas parâmetros clínicos e funcionais, mas de autoestima. Por isso, eu quero convidar homens e mulheres para participarem e receberem os benefícios da caminhada nórdica. É importante que as pessoas com Parkinson, interessadas em se inscrever no projeto, estejam fazendo a medicação para tratamento, apresentem laudo médico que ateste a doença e estejam liberadas para a prática de exercício físico”, explica a professora Elren Passos.

Para se inscrever, basta comparecer à sala de lutas do Ginásio de Esportes da UFPA/Castanhal, no bairro Jaderlândia, de segunda a sexta, das 8 às 12h e das 14 às 17h, até o dia 18 de abril. Para mais informações, basta entrar em contato pelo direct do instagram @pendulum.ufpa ou enviar mensagem para o whatsapp da coordenadora da pesquisa pelo número 9.8480-1027.

Texto: Paula Lopes – Ascom UFPA/Castanhal, com informações do portal da UFRGS
Fotos: Arquivo do Grupo de Pesquisa Locomotion – Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança da UFRGS