Uma produção do Observatório do Conhecimento (OC), com objetivo de mostrar que a trilha da produção científica pode ser percorrida por todas as mulheres, sem distinções de disciplinas ou área de estudo. Assim pode ser descrito o documentário “Ciência: luta de mulher”, que foi lançado nesta terça-feira, dia 27 de setembro, na Casa de Cultura de Castanhal.
A coordenadora do OC e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mayra Goulart, participou do evento e explicou qual o papel do Observatório.
“Trata-se de uma rede nacional, que articula diferentes entidades sindicais de universidades de vários estados e que tem como objetivo chamar a atenção do movimento sindical para a importância do conhecimento, da pesquisa, da tecnologia, enquanto atributos constitutivos do fazer docente”, esclareceu a docente, que falou, ainda, sobre a motivação para produção do documentário.
“O Observatório surgiu em 2019, em um contexto em que a universidade pública e o projeto que ela representa estavam em constante ameaça. Então, o OC surge em defesa das instituições e dos seus projetos de inclusão. O filme vem exatamente nesse escopo e, também, para chamar a atenção acerca da sub-representação das mulheres na ciência, na tecnologia, na universidade de modo geral”, elencou a professora Mayra Goulart.
Sobre a produção – O filme traz quatro mulheres, que são protagonistas em suas áreas de atuação: Helena Padilha, doutora em Serviço Social e professora aposentada da Universidade Federal de Pernambuco; Maria da Glória Teixeira, médica, doutora em Saúde Pública e professora da Universidade Federal da Bahia; Nina da Hora, cientista da Computação e pesquisadora de temas ligados à segurança digital e Isis Abel Bezerra, bióloga, doutora em Ciências Veterinárias e professora vinculada ao Instituto de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Pará, Campus de Castanhal.
Com uma carreira bem-sucedida na produção de conhecimento, a professora Isis Abel, que foi celebrada no lançamento do filme em Castanhal, falou sobre a importância da representatividade feminina no universo da ciência.
“Na atualidade, no ambiente universitário de forma geral, percebe-se uma maioria de mulheres, pois o cenário mudou bastante, mas a gente ainda precisa de reconhecimento, de empatia diante das nossas necessidades, especialmente no período da licença maternidade, quando somos, muitas vezes, invisibilizadas. Então, a presença cada vez mais forte das mulheres vai trazendo essas pautas para o debate”, relatou a pesquisadora, que também refletiu sobre a sua participação no documentário.
“Foi uma experiência fantástica, pois me fez revisitar situações que eu tinha passado. Uma coisa é você falar e outra coisa é você viver. E ao falar, eu pude ponderar várias coisas que eu não tinha percebido e eu vi que fui enfrentando sem muito pensar”, concluiu.
Após a exibição do filme, foi realizado um debate com as professoras Mayra Goulart e Isis Abel, além de outras três mulheres que representam importantes coletivos e instituições de ensino e pesquisa de Castanhal: Sheyla Farhayldes Souza Domingues, diretora adjunta do Instituto de Medicina Veterinária/UFPA; Lilian Silva de Sales, coordenadora do Zo’é Grupo de Estudos Feministas e Marília Sena, Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres/Pajeú.
Castanhal foi o último local para exibição ao vivo do documentário, que foi lançado inicialmente em Brasília, percorrendo todas as associações docentes que integram o Observatório até chegar ao Município Modelo do Pará. Em breve, a produção “Ciência: luta de mulher”, dirigido por Rithyele Dantas, estará disponível no YouTube.
Para conferir a data oficial do lançamento do filme no YouTube, acesse regularmente o site do Observatório do Conhecimento. Para conferir o trailer, clique aqui.
Texto e fotos: Paula Lopes – Ascom UFPA/Castanhal